quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Novo Livro de FHC


FHC acaba de lançar o livro "A Soma e o Resto: Um Olhar Sobre a Vida aos 80 Anos" (Civilização Brasileira, 2011) com uma frase definidora da impressão que faz de si mesmo como intelectual e brasileiro.

Leia um trecho do livro

Cartesiano com Pitadas de Candomblé

Tenho a convicção de que o Brasil tem uma imensa contribuição a dar na resposta a esse desafio de convivência na diversidade. Nossa maior contribuição à construção dessa nova ordem internacional vai se dar no plano soft power. Nós somos essa mistura, não somos dualistas. Portanto, não somos fundamentalistas, mas nem por isso destituídos de valores.

Costumo dizer, sou cartesiano mas com pitadas de candomblé. Se não tiver uma pitada de candomblé, não vai funcionar. Se for só candomblé, não avança. O mundo do futuro vai ter que ser um mundo de tolerância, de aceitação do outro.

Para aceitar o outro, será preciso também reconhecer os próprios limites e ter um pouco de ginga, de jogo de cintura. É fundamental ter princípio, mas não ser principista. Em certas situações, o exemplo, a persuasão e o convencimento são mais eficientes do que a força.

O Brasil tem essa vantagem, que provém do que nós somos. Temos também outras vantagens, como uma sensibilidade muito particular ao tema do meio ambiente. Não é por acaso que o tema pega aqui. Mais de 60% da cobertura do Brasil é floresta original. Temos imensas reservas de água potável. Ao mesmo tempo o país é moderno, tem uma indústria forte, é agroexportador.

A diversidade aqui está em todos os planos. Deveríamos falar mais forte no plano global, não só porque temos poder econômico. Isso, outros têm mais do que nós. Temos uma cultura de aceitação da diversidade. Maior aceitação, não ainda aceitação total. Devemos, é claro, valorizar isso sem idealizações. Temos também e sabemos que temos, preconceito, desigualdade, mas temos esse lado cultural caleidoscópico.

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