sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Saga da periferia


Mais um dia amanhece na periferia de São Paulo, e como em todos os outros, acordo as 5:00h da manhã, tomo meu banho, me troco e saio as pressas, sem tomar café e rumo a estação de trem, passando pela rua suja, com fezes de caes por todos os lados, buracos, garotos fumando maconha logo cedo, pessoas andando com seus cães pitbull sem focinheira, atravesso calçadas cheia de mato e lama, enquanto os idosos fazem suas caminhadas pelo meio da rua e finalmente chego a estação de trem, onde tem dezenas de camelôs vendendo de tudo, alimentos sem procedencia, goteiras por todo lado, mal cheiro, carros fechando passagem e acesso dos deficientes, aí espero o trem junto a centenas de pessoas, que estão feridas, chorando, revoltadas, pois aconteceu um tumulto e os seguranças da estação bateram no povo, usaram gas de pimenta, atrasaram os trens, mas mesmo assim, todos se apertam e seguem pra seus locais de trabalho, como gado em caminhões, direto para o abate. Ao chegar no trabalho tem de explicar o motivo do atraso, tomar bronca do patrão e trabalhar como um camelo para poder pagar algumas contas no final do mês, afinal, a média salarial na cidade é de R$ 600,00, para comer, vestir, morar, estudar e tentar sobreviver, nesta grande selva de pedra, onde não existem direitos e só deveres e na periferia mandam os mais fortes, pois o poder publico está ausente e só aparece próximo das eleições para enganar mais um pouco este povo que leva a vida de gado, o povo marcado, o povo feliz!!!

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